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Band não se manifestou sobre o assunto (Foto: Reprodução/ Band) |
O humorístico "Pânico na Band" voltou a causar no último domingo (6), quando exibiu uma matéria sobre a segunda edição da CCXP – Comic Con Experience, maior evento de cultura pop do Brasil, que aconteceu no último final de semana, em São Paulo. A organização do evento emitiu uma nota de repúdio relativa à cobertura por parte da atração da Band. De acordo com o comunicado, a reportagem realizada pela trupe e veiculada em programa ao vivo exibido pela emissora paulista foi "incapaz de lidar com o diferente, trazendo para dentro da CCXP seus preconceitos de gênero e seu franco desrespeito, entrevistando cosplayers com grosseria – chegando a lamber um visitante".
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A organização da CCXP 2015 ainda comunicou que o "Pânico na Band" está definitivamente banido do evento e de todas as atividades produzidas por eles desde a última segunda-feira (7). Os organizadores da Comic Con justificaram ainda que o objetivo da nota não é discutir os limites do humor, mas sim evitar ações constrangedoras e desconfortáveis para os participantes e para a própria organização.
Confira a nota:
CCXP 2015 | Nota de repúdio ao programa Pânico na Band
Na CCXP - Comic Con Experience, todas as pessoas são bem-vindas e incentivadas, sem preconceitos, a ser quem são - ou quem desejam ser. É um ambiente harmonioso que defendemos, um lugar onde cosplayers, nerds, gamers, cinéfilos, leitores de quadrinhos e simples curiosos convivem com respeito. Numa convenção de cultura pop, o contrato social que sonhamos para nós - em que toda diferença é aceita e celebrada - torna-se realidade.
É com tristeza e um sentimento de desgosto, então, que assistimos à maneira como o programa Pânico na Band, incapaz de lidar com o diferente, traz para dentro da CCXP seus preconceitos de gênero e seu franco desrespeito, entrevistando cosplayers com grosseria - chegando a lamber uma visitante. Depois desse incidente lamentável o Pânico na Band foi banido da CCXP 2015 e de todas as atividades organizadas a partir de hoje.
Não se trata aqui de discutir limites de humor. A cobertura do Pânico na Band da CCXP 2014, inclusive, foi muito bem-humorada e eles foram credenciados para a nova edição dentro desse espírito. No entanto, assédios moral e sexual são temas seriíssimos e preocupações constantes em convenções de cultura pop no mundo inteiro - assim como fora delas. As atitudes do Pânico na Band dentro da CCXP representam um retrocesso que não podemos aceitar. Ninguém pode, não mais.
O senso de humor é um componente fundamental do cosplay. Nesta segunda-feira a web ainda se diverte com as imagens dos trajes mais inventivos que passaram pelos quatro dias da convenção, do meme de Pulp Fiction às crianças vestidas de Coringa. Mas o cosplay também é uma forma de expressão que ajuda muita gente a fantasiar, com segurança, com aquilo que deseja para si. Pessoas aderem ao cosplay para se tornarem mais fortes, usando a interpretação e a confecção de seus trajes para lutar contra quadros de depressão, para manifestar sua sexualidade, para trabalhar sua auto-estima, como um super-herói.
A organização da CCXP repudia com indignação a postura inaceitável do Pânico na Band porque ela desmancha esse encanto do qual depende qualquer convenção de cultura pop. Mas os cosplayers, os nerds, os gamers, os cinéfilos e os leitores de quadrinhos são maiores, mais unidos e mais fortes. E um dia o contrato social de tolerância que estabelecemos dentro dessas convenções vai se espalhar porta afora, como um coro.
The Fellowship of the Comic Con Experience, 7 de dezembro de 2015.
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